sábado, 26 de fevereiro de 2011










olho pela janela
da sala
e não vejo o mundo.

arbustos e árvores
cortinam meus olhos
de medo

(o refúgio da casa
o refugo da rua
a razão do tempo).

olho pela janela
da sala
e o que vejo

: pássaros temerosos
balançam nos fios
de telefone.

há sinais indistinguíveis
no ar.
há sinais e sinas.

olho pela janela
da sala
e apenas confirmo

a tal síndrome
na ansiedade das aves
no prenúncio da tempestade.

a noite anoitece.
fecho a janela
que não suporta floreiras.

3 comentários:

  1. Janela e paisagem semelhantes às minhas, Sidnei. Só que a minha janela ainda suporta as floreiras, com gerânios pendentes, meio secos, mas estão lá... Bom te ler. Bjo.

    ResponderExcluir
  2. Viajei com tua bela descrição! Que paisagem! nos permite olhar para dentro de nós.

    ResponderExcluir
  3. Dentro do mais profundo no âmago da alma!

    Realmente permite o mergulho...

    Singularidade nata!

    ResponderExcluir